MEDITAÇÃO MATINAL: QUARTA-FEIRA DA SEGUNDA SEMANA DO ADVENTO

Meditação matinal: Considerações sobre o Estado Religioso - III
     Considere a conta que ele terá de prestar a Jesus Cristo no Dia do Juízo Final se não seguir sua vocação.
     A graça da vocação é uma graça muito rara que Deus concede somente a alguns. Mas quanto maior for a graça, maior será a indignação do Senhor contra aquele que não corresponder a ela. Ele é o Senhor. Quando Ele chama, deseja ser obedecido, e obedecido prontamente.

Meditação I:
     A graça da vocação ao estado religioso não é uma graça comum; é uma graça muito rara, que Deus concede apenas a alguns. Ele não fez isso com todas as nações. - (Sl. cxlvii., 20). Oh, quão maior é essa graça, ser chamado para uma vida perfeita e tornar-se um membro da família de Deus, do que se alguém fosse chamado para ser o rei de qualquer reino nesta terra! Pois que comparação pode haver entre um reino temporal nesta terra e o reino eterno dos céus?
     Mas quanto maior for a graça, maior será a indignação do Senhor contra aquele que não a tiver correspondido, e mais rigoroso será o Seu julgamento no dia da prestação de contas. Se um rei chamasse um pobre pastor para seu palácio real, para servi-lo entre os nobres de sua corte, qual não seria a indignação do rei se ele recusasse tal favor por não querer deixar sua pobre cabana e seu pequeno rebanho? Deus conhece bem o valor de Suas graças e, por isso, castiga com severidade aqueles que as desprezam. Ele é o Senhor; quando Ele chama, deseja ser obedecido, e obedecido prontamente.
     Ó Senhor, o Senhor me mostrou um excesso de generosidade a ponto de me escolher entre tantos outros para servi-Lo em Sua própria casa com Seus servos mais amados. Sei quão grande é essa graça e quão indigno dela eu tenho sido. Eis que agora estou disposto a corresponder a tão grande amor. Eu Te obedecerei. Já que foste tão liberal para comigo a ponto de me chamar quando eu não Te procurava e quando eu era tão ingrato, não permitas que eu Te ofereça um excesso de ingratidão tão grande a ponto de abraçar novamente meu inimigo, o mundo, no qual até agora tantas vezes perdi Tua graça e minha salvação eterna, e assim Te abandonar, que derramaste Teu Sangue e deste Tua vida por mim. Já que Tu me chamaste, dá-me também a força para corresponder ao chamado. Já prometi obedecer a Ti. Prometo novamente, mas sem a graça da perseverança não posso ser fiel a Ti. Essa perseverança eu a peço a Ti, e por Teus próprios méritos é que a desejo e espero obtê-la.

     Você encontrará meditações e leituras para outros dias do ano na seção Meditações diárias seção deste site.

pt_BR